Três Falsificações da Misericórdia

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Uma estátua de S. João Paulo II em sua cidade natal de Wadowice, na Polônia. A estátua fica situada entre o apartamento da família Wojtyla e a igreja onde o jovem Karol Wojtila servia como coroinha. (CNS photo/Nancy Wiechec)

(tradução do artigo http://www.catholicworldreport.com/Item/4755/three_counterfeits_of_mercy.aspx do Dr. Samuel Gregg)

A misericórdia, nos ensinou São João Paulo II, não é uma carta de “Saída livre da prisão” gratuita que nos habilita a consignar a moral Cristã ao reino do “ideal” ou do muito-difícil-exceto-para-Super-Católicos.

Misericórdia – esta é uma palavra que tem dominado o discurso Católico pelos últimos três anos, primeiramente porque o Papa Francisco raramente faz comentários públicos sem invocá-la. É claro que isto não é nenhuma novidade para os Cristãos. Os dois predecessores imediatos de Francisco, Bento XVI e São João Paulo II, escreveram longamente sobre o tema. Este último chegou até a escrever uma encíclica inteiramente dedicada ao tópico. Em Dives in Misericordia (1980), o santo que morreu no domingo da Vigília da Divina Misericórdia insistiu que a divina misericórdia está profundamente enraizada nas escrituras dos Hebreus e completamente revelada na vida de Cristo, mais notadamente na Cruz.

Leitores historicamente atentos da Dives in Misericordia logo reconhecem, no entanto, que uma razão pela qual João Paulo redigiu este texto foi para recordar a todos que a busca pela justiça pode ser facilmente degenerada em esforço para realizar programas ideológicos. “É óbvio efetivamente”, escreveu João Paulo, “que em nome de uma pretensa justiça (por exemplo histórica ou de classe), muitas vezes se aniquila o próximo, se mata, se priva da liberdade e se despoja dos mais elementares direitos humanos” (DM 12). Estas palavras claramente refletem o conhecimento do papa acerca do Comunismo e dos Comunistas: pessoas que escravizaram e mataram milhões em nome de suas noções socialistas, materialistas e ateístas do que a justiça implicava.

A atenção à misericórdia nos direciona para a fonte última da justiça – o Deus que é amor – e portanto previne a justiça de desmoronar em algo bastante anti-humano. Mas o alerta de João Paulo também foi dirigido para muitos Cristãos que, no despertar do Vaticano II e em nome da justiça, reduziram o Evangelho a agendas políticas deste mundo ou abraçaram versões particulares da teologia da libertação. A visão do papa era de que uma Igreja que abraça uma compreensão da justiça que não é informada por e nem finalmente direcionada para o perdão está correndo o risco de perder a sua distinção Cristã.

Este é o risco associado com uma super enfatização de qualquer aspecto da mensagem Cristã em detrimento de seus outros pontos chaves. Você acaba distorcendo significativamente o Evangelho. Talvez menos bem compreendido, entretanto, Continuar lendo