Lady Day – Dia da Dama, uma elegante proposta antifeminista

Sei que há por aí muitas mulheres que não se identificam – em absoluto! – com o movimento feminista (as mulheres da minha vida, inclusive e felizmente) mas, por diversos fatores, tornou-se difícil suplantar a propaganda feminista e fazer notar a opinião contrária, daquelas que rejeitam a usurpadora representatividade desse movimento antifeminino em essência.

Sendo assim, achei interessante ecoar esta proposta diferenciada – e em certa medida ousada – de contraste ativo ao infame “Dia Internacional da Mulher” (8 de março).

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“O nível de qualquer civilização é o nível de sua feminilidade.” – Arcebispo Fulton Sheen

Dia da Dama, 8 de Março — “Pura Bondade no Trabalho!”
(Tradução do original Lady Day, March 8th — “Pure Goodness at Work!”)

Agitadoras sociais — as mesmas que marcharam em Washington, DC mês passado na muito divulgada e chocantemente vulgar  Women’s March (Marcha das Mulheres) — atacam novamente.

Uma greve geral chamada de “A Day Without Women” (Um dia Sem Mulheres, em tradução livre) está planejada para 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, convocando as mulheres a faltarem ao trabalho para demonstrar apoio ao feminismo igualitário radical e causas sociais danosas como a Planned Parenthood, o aborto e “casamento” de pessoas do mesmo sexo.

Mas quantas mulheres podem realmente faltar ao trabalho? E quanto às mães? E quanto às enfermeiras ou qualquer outra mulher que trabalha na sociedade para ajudar os outros? Nós não podemos faltar! E mais ainda, nós não queremos.

O Dia da Dama é uma resposta positiva, um dia para nós celebrarmos o plano de Deus para as mulheres como puras e boas. E de fato, o lema para este dia especial é “A Pura Bondade no Trabalho!”

O Dia da Dama é dedicado à mais sublime dama de todos os tempos: Maria Santíssima. Em sua maternidade, ela nutriu e criou todos os seres humanos.


Nossa maior dignidade é, como Maria, ser aquilo que Deus nos criou para ser e nossa maior felicidade está em cumprir os desígnios de Deus. Como S. Francisco de Sales diz, “Não queiras ser nada além do que és, e tentes ser isto com perfeição”. O que as mulheres devem ser?

Algumas devem ser mães, exercendo uma presença educadora em seus lares. Outras, que não receberam a graça da maternidade natural, adquirem o privilégio de serem mães em um sentido espiritual, para nutrir a outros com uma infalível pureza, bondade e abnegação.

“As mães estão mais próximas de Deus Criador que qualquer outra criatura; Deus une forças com as mães para realizar este ato de criação…O que mais nesta Terra de Deus é mais glorioso que isto, ser uma mãe?”
– Cardeal Mindzenty

O que podemos fazer no Dia da Dama?

1. Saia para tomar um chá (n.d.t.: ou quem sabe, um cinema seguido de um cafezinho) com suas amigas no dia 8 de Março. Vista-se de uma maneira modesta e elegante para celebrar a feminilidade. Se alguém perguntar porquê você está vestida assim, esteja preparada para explicar que o Dia da Dama é um dia especial para apreciar como Deus fez as mulheres, e abraçar nosso papel divinamente instituído na sociedade. OBS: você não precisa folgar do trabalho. Apenas esteja especial no dia.

2. Publique fotos do seu passeio de Dia da Dama na página de facebook “The Return to Order”. Quando postar, por favor use a hashtag #ladyday.

Esta saída especial para celebrar o Dia da Dama e as fotos irão combater a greve disseminadora de divisões “A Day Without Women”. Ela terá uma boa influência em nossas crianças e nossa sociedade! Você quer se juntar a mim?

Feliz Dia da Dama!
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Colette Zimmerman é uma mãe católica, esposa e escritora.  Ela e seu marido Thomas são apoiadores da TFP.  A Sra. Zimmerman escreve regularmente sobre assuntos relacionados à moda e feminilidade católica em seu Catholic Lady Blog.

Quem não precisa do MinC

Se eu fizesse a pergunta “Quem precisa do MinC?” no lugar da afirmação que serve de título para esta postagem, evidentemente a força da sua retórica poderia ser diminuída por uma vasta quantidade de exemplos e argumentos.

O fato que eu quero brevemente ressaltar é apenas o que a assertiva informa: não é preciso um mecanismo de captação e financiamento operado pelo governo para se produzir material cultural no Brasil.

A recente troca de governo que se deu pela aceitação do processo de impeachment no senado, afastando Dilma Roussef, trouxe diversas mudanças (ou tentativas de), entre elas a fusão do Ministério da Cultura (MinC) ao Ministério da Educação (MEC). Esta novidade provocou uma onda de discussão, preocupação e mimimi com o suposto risco de uma diminuição dos investimentos na cultura e com o suposto risco de economia resultante da redução de ministérios, cargos e gastos de dinheiro público.

Nestes tempos em que convocar, organizar e praticar financiamento coletivo – a boa e velha vaquinha – se tornou extremamente simples graças à tecnologia da Internet, parece desnecessário e até mesmo inadequado que o patrocínio à produção de espetáculos e demais artigos culturais seja executado através de renúncia fiscal concedido a empresas, sem um critério com um controle mais firme por parte dos consumidores finais, a população, sobre a prioridade e interesse do que se propõe a ser realizado.

Em resumo: as leis de incentivo à cultura, hoje, permite ao governo abrir mão de impostos que poderiam ser usados para alimentar setores fundamentais, como a saúde , a educação e a segurança e doá-los a produtores e artistas às custas de contrapartidas que estão longe de deixar os espectadores satisfeitos e sentindo-se recompensados – isso se pudermos determinar que os efetivos espectadores dos espetáculos produzidos por esta via são mesmo aquelas pessoas que supostamente precisam dos prometidos benefícios das tais leis de incentivo e supostamente demandam os conteúdos que acabam por ser contemplados.

Enfim, importa saber que o financiamento coletivo é uma forma mais justa de viabilizar projetos culturais, porque Continuar lendo

Três Falsificações da Misericórdia

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Uma estátua de S. João Paulo II em sua cidade natal de Wadowice, na Polônia. A estátua fica situada entre o apartamento da família Wojtyla e a igreja onde o jovem Karol Wojtila servia como coroinha. (CNS photo/Nancy Wiechec)

(tradução do artigo http://www.catholicworldreport.com/Item/4755/three_counterfeits_of_mercy.aspx do Dr. Samuel Gregg)

A misericórdia, nos ensinou São João Paulo II, não é uma carta de “Saída livre da prisão” gratuita que nos habilita a consignar a moral Cristã ao reino do “ideal” ou do muito-difícil-exceto-para-Super-Católicos.

Misericórdia – esta é uma palavra que tem dominado o discurso Católico pelos últimos três anos, primeiramente porque o Papa Francisco raramente faz comentários públicos sem invocá-la. É claro que isto não é nenhuma novidade para os Cristãos. Os dois predecessores imediatos de Francisco, Bento XVI e São João Paulo II, escreveram longamente sobre o tema. Este último chegou até a escrever uma encíclica inteiramente dedicada ao tópico. Em Dives in Misericordia (1980), o santo que morreu no domingo da Vigília da Divina Misericórdia insistiu que a divina misericórdia está profundamente enraizada nas escrituras dos Hebreus e completamente revelada na vida de Cristo, mais notadamente na Cruz.

Leitores historicamente atentos da Dives in Misericordia logo reconhecem, no entanto, que uma razão pela qual João Paulo redigiu este texto foi para recordar a todos que a busca pela justiça pode ser facilmente degenerada em esforço para realizar programas ideológicos. “É óbvio efetivamente”, escreveu João Paulo, “que em nome de uma pretensa justiça (por exemplo histórica ou de classe), muitas vezes se aniquila o próximo, se mata, se priva da liberdade e se despoja dos mais elementares direitos humanos” (DM 12). Estas palavras claramente refletem o conhecimento do papa acerca do Comunismo e dos Comunistas: pessoas que escravizaram e mataram milhões em nome de suas noções socialistas, materialistas e ateístas do que a justiça implicava.

A atenção à misericórdia nos direciona para a fonte última da justiça – o Deus que é amor – e portanto previne a justiça de desmoronar em algo bastante anti-humano. Mas o alerta de João Paulo também foi dirigido para muitos Cristãos que, no despertar do Vaticano II e em nome da justiça, reduziram o Evangelho a agendas políticas deste mundo ou abraçaram versões particulares da teologia da libertação. A visão do papa era de que uma Igreja que abraça uma compreensão da justiça que não é informada por e nem finalmente direcionada para o perdão está correndo o risco de perder a sua distinção Cristã.

Este é o risco associado com uma super enfatização de qualquer aspecto da mensagem Cristã em detrimento de seus outros pontos chaves. Você acaba distorcendo significativamente o Evangelho. Talvez menos bem compreendido, entretanto, Continuar lendo

Thomas Morus: O Santo para o Sínodo

(tradução do artigo de Dr. Samuel Gregg publicado em http://www.catholicworldreport.com/Item/4218/thomas_more_the_saint_for_the_synod.aspx)

Assim como alguns bispos norte europeus contemporâneos estão presentemente procurando falsificar similarmente o ensinamento estabelecido da Igreja, esforços consideráveis foram feitos por bispos em 1533 para persuadir Morus a ser mais flexível com as demandas de Henrique VIII

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“Viver juntos como irmão e irmã? Claro que eu tenho um grande respeito por aqueles que fazem isto. Mas é um ato heróico, e heroísmo não é coisa para o cristão mediano.”

Dentre muitas afirmações feitas pelo Cardeal Walter Kasper ao apresentar o seu caso para mudar o ensinamento da Igreja que proíbe católicos divorciados e recasados que escolhem não viver como irmão e irmã a receber a comunhão, esta foi talvez a mais reveladora. Ela reflete uma abordagem da moral cristã que vai além de apresentar (e, por conseguinte, marginalizar) o ensinamento moral de Cristo como um ideal que, sotto voce, não se espera seriamente que alguém siga por sua livre escolha. Ela também efetivamente menospreza algo que todo cristão deve encarar em algum momento: a Cruz.

Todo cristão tem uma cruz para carregar. A questão não é se nós tropeçamos com o peso. Todos tropeçamos. O que é crucial é que nós nos arrependemos, levantamos e resolvemos continuar e não pecar mais. Cada cristão é, afinal, chamado à santidade, não à mediocridade. Em suma, esforçar-se para ser santo não é só para pessoas extraordinárias. É algo que Cristo pede a todos os Seus seguidores: rico ou pobre, homem ou mulher, africano ou alemão. Em nossa era obcecada pela igualdade, o chamado à santidade é de fato um dos grandes equalizadores para os cristãos – até porque, como São João Paulo II escreveu em sua encíclica Veritatis Splendor, “Perante as exigências morais, todos somos absolutamente iguais” (VS 96)

Neste sentido, as vidas dos santos, especialmente dos mártires, podem bem ser uma forte refutação à proposição de Kasper, sem falar na miríade de ideias para as quais, como todo mundo sabe, ela serve de fachada. E um santo cuja vida é particularmente relevante para o Sínodo das Famílias de 2015 é certamente Thomas Morus. Universalmente reconhecido como um intelectual, político e advogado, nós frequentemente esquecemos que Morus era também um filho, pai e marido. Além disso, um dos princípios pelos quais Morus deu sua vida não poderia ser mais pertinente para a reflexão deste Sínodo: a indissolubilidade do casamento face à determinação de Henrique VIII em viver como marido e mulher com uma senhora que, no entendimento da Igreja, não era sua esposa.

Homem de Família

A medida em que é conhecida a história de Morus pelos católicos, é invariavelmente por suas escolhas nos últimos anos de sua vida. Poucos estão familiarizados com os aspectos mais cotidianos do tempo de Morus na Terra.

Todos os biógrafos de Morus, mesmo os hostis, destacam sua devoção à família. A carga de trabalho assumida por Morus ao ingressar no serviço do rei em 1518 teria quebrado muita gente. Mesmo assim, a despeito de suas pesadas responsabilidades, Morus organizou e ajudou a transmitir um programa educacional para seus filhos, incluindo suas filhas (um passo radical para a época), que causaria vergonha para a maioria de nós hoje. Mesmo quando as obrigações de Morus o obrigavam a ficar longe de sua família por longos períodos de tempo, ele se mantinha em constante correspondência com ela, atentando a seus problemas, dando conselhos e encorajamento, e, quando necessário, gentilmente repreendendo-a.

Acima de tudo, Morus trabalhava para moldar a fé de sua família e seu caráter moral. Viver cristãmente e perseguir as virtudes não era, no entendimento de Morus, algo além do alcance de um tudo menos pequeno grupo heróico. Embora reconhecendo que o autodidatismo fosse difícil, Morus estava firmemente convencido de que era, com a ajuda da graça, uma potencialidade que qualquer um poderia realizar.

É tentador ver tudo isso em termos meio que idílicos: Continuar lendo

É, hoje, “O Dia” da baixaria

Gabriel Sabóia, jornalista do “O Dia”, valeu-se de seu posto para desferir impropérios contra a organização da Caminhada Pelas Famílias, utilizando-se de informações incorretas sobre a Igreja. Talvez ele seja daqueles gays que sentem que “nasceram errado”. O fato é que o artigo dele, esse com certeza, já nasceu errado: logo no título ele acusa a passeata de ser “contra a família homossexual”, cometendo diversos equívocos.

Em primeiro lugar, chamar uma união homossexual de família é forçar a barra. O sr. Sabóia pensa que os cristãos estão indo na “contramão” da História (ele grafou a palavra com a inicial minúscula, talvez estivesse se referindo às histórias fantasiosas de dentro da sua cabeça…) mas todo aquele que declara que dois indivíduos do mesmo sexo unidos formam uma família está, na verdade, indo na contramão da Biologia. Afinal, não fossem os pais de dois homossexuais, por sua vez, heterossexuais, a dupla de ofendidinhos não teria chegado jamais a ver a luz do dia.

Em segundo lugar, devo denunciar a má intenção do autor em avisar que “o Movimento LGBT reage”. Como assim reage?! Quem foi que legitimou meia dúzia de militantes a responderem por toda uma parcela da sociedade? O sr. Sabóia zomba dos muitos homossexuais brasileiros que não se sentem representados por aqueles que praticam absurdos em nome da causa e que não pediram, em absoluto, a ajuda de ninguém. O discurso do jornalista é pura incitação à uma fajuta luta de classes. E não é difícil dar razão a estes homossexuais sensatos quando vemos como o chamado “Movimento LGBT” age, seja em suas passeatas gays repletas de ultrajes e atentados ao pudor e ultrajes aos objetos de culto, quando fazem protestos até mesmo dentro de eventos religiosos (como no episódio das masturbações com imagens de santos DURANTE AS ATIVIDADES DA JMJ), quando comparecem a audiências públicas e se comportam de maneira má educada e autoritária, etc. Quem poderia se sentir representado por pessoas que pensam o mundo a partir de seus genitais?

Ufa! Isso foi só um pouco do que se pode dizer do título e do subtítulo da matéria!
Gabriel começa o corpo do texto afirmando que a marcha vai “na contramão do Vaticano”. Alías, talvez caiba um à parte aqui: em menos de 25 palavras a redação dele utilizou “contramão” duas vezes. Isso significa muitas coisas… arrisco uma avaliação psicológica para dizer que revela um traço de intolerância do autor. Alguém que talvez acredite cegamente que a humanidade só possa ir num único sentido e que revisar suas escolhas e caminhos tomados seja invariavelmente um erro; que não aguentar ser contrariado.

Claro que quando sr. Sabóia escreve que “um Papa, pela primeira vez, flexibiliza o discurso e pede igualdade no tratamento dado aos homossexuais” ele não tem razão. E não é nem porque Francisco não tenha sido o primeiro Papa a dar uma atenção caridosa a eles ou a ter admitido uma necessidade de melhorar o atendimento pastoral desses filhos da Igreja, mas porque – pasmem! – jamais um Papa promoveu ou incitou a desigualdade de tratamento! O jornalista usa de subterfúgios para difamar cristãos, acusando-os de preconceituosos, de terem conduta discriminatória, de hostis. Mas eu sei, não devemos jogar pérolas aos porcos, logo não é tão proveitoso assim adentrar na Doutrina Católica, no Catecismo para recitar todas as orientações (anteriores a Francisco) elaboradas pelo Magistério e ratificadas pelos últimos papas. Afinal, o resmungo do sr. Sabóia tem um fim bastante específico, como se vê avançando na leitura.

Há poucas semanas deu-se na câmara municipal de São Gonçalo uma audiência pública para a discussão de vários temas integrantes do Plano Municipal de Educação. O item mais polêmico sendo a inserção da Ideologia de Gênero na pedagogia escolar. Amigos meus que estiveram presentes relataram que o “Movimento LGBT” daquela vez não esteve tão forte, inclusive sendo surpreendido por uma vereadora que se declarou lésbica E contrária à prática dessa doutrinação ideológica; militantes gays ficaram irados por esta vereadora ter dividido com a audiência que vive a castidade e é cristã… Ah! Recentemente o “Movimento LGBT” fez uma vítima: uma professora chamada Paula Marisa foi expulsa do colégio em que lecionava por ter feito questão de transparência da escola para com os pais dos alunos quanto à uma palestra que abordaria a Ideologia de Gênero e seria ministrada por um representante da secretaria de assuntos de diversidade do município. O testemunho dela pode ser assistido aqui.

O jornalista Gabriel Sabóia desinforma seus leitores quando escreve que Continuar lendo

Papa Francisco e os fantoches do comunismo

 

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A visita do Papa Francisco à Bolívia foi um enorme sucesso de público e crítica! Milhares de internautas ficaram boquiabertos e olhiabertos com a audácia e o deboche do presidente Evo Morales em presentear o líder da Igreja Católica com símbolos comunistas. Centenas de internautas se indignaram com a atitude do Papa, em quem o boliviano pendurou na velocidade da luz os colares praticamente ao mesmo tempo em que entregava a monstruosa escultura. Ora, enquanto chefe de Estado visitando outro, não cabia a Francisco dar um ataque de pelanca e sair arremessando ou devolvendo os apetrechos, dando a Morales o benefício de posar de ofendido diante do povo católico boliviano. Era tão mais diplomático simplesmente jogar as tralhas fora em reservado! Do jeito que se irritaram os fiscais do papado, parece até que o Papa encomendou aquela escultura para colocar em seu criado-mudo…

Mas claro que os opositores do papa argentino não deixariam barato, não descansariam mesmo quando a saia justa ficou elegantemente resolvida. Mais tarde o papa proferiu um discurso para os movimentos sociais e aí a operação lambança recomeçou, numa sinistra joint venture entre anti-Bergoglianos, liberais, protestantes e toda sorte de gente que sentiu vergonha alheia quando não havia o menor motivo para tal. A raiz do problema, para não variar, é que a maioria deles simplesmente não lê os discursos oficiais, não vai nas fontes.

Como é que pode alguém ler

Por isso gosto tanto da imagem do processo, onde a paixão por semear, por regar serenamente o que outros verão florescer, substitui a ansiedade de ocupar todos os espaços de poder disponíveis e de ver resultados imediatos.

e ter a pachorra de chamar o Papa de socialista?! Só se estiver eivado do mais obstinado preconceito e da mais intransigente implicância com Francisco.

Quem é que “anseia por OCUPAR todos os espaços disponíveis e ver resultados IMEDIATOS“? Não são, por acaso, justamente os revolucionários? Não será o socialismo bolivariano de PT e Foro de SP, fraudando urnas, encilhando rebanhos de eleitores com assistencialismos mil, que depois são propagandeados como soluções instantâneas e majestosas de erradicação da pobreza e toda a sorte de injustiças sociais (“Tiramos não sei quantos milhões da extrema pobreza…”)?

O Papa Bergoglio fala em processo, em longo prazo, “paixão por semear”, numa clara alusão ao caráter abstrato da propriedade privada, onde o trabalhador investe seu tempo, energia e amor. Os seguidores da seita do liberalismo sequer tiveram a sensibilidade de notar esse preceito – que é deles próprios, aliás – da liberdade de se trabalhar com o que se tem paixão, tão cegos estiveram de aversão ao espantalho de um Papa que aquela mesma “mídia aparelhada” que tanto denunciam cuidou de fabricar.

Está passando da hora de os críticos pararem de se guiar pela mídia secular. As agências de notícias católicas, como a ACI, a Zenit e a própria Rádio Vaticana (para ficar só em algumas que publicam em língua portuguesa) são muito mais confiáveis.

Uma conduta bem mais saudável que distribuir o esquerdismo da mídia brasileira é ler os discursos oficiais do Papa, suas homilias (sermões) e cartas, pois assim se verá que ele cumpre seu papel de líder religioso. Se querem cobrar energia e retaliação, estão apontando para a celebridade errada (se é que existe uma certa).

O Papa Francisco também disse:

Nas vossas cartas e nos nossos encontros, relataram-me as múltiplas exclusões e injustiças que sofrem em cada actividade laboral, em cada bairro, em cada território. São tantas e tão variadas como muitas e diferentes são as formas próprias de as enfrentar. Mas há um elo invisível que une cada uma destas exclusões: conseguimos nós reconhecê-lo? É que não se trata de questões isoladas. Pergunto-me se somos capazes de reconhecer que estas realidades destrutivas correspondem a um sistema que se tornou global. Reconhecemos nós que este sistema impôs a lógica do lucro a todo o custo, sem pensar na exclusão social nem na destruição da natureza?

Veja bem, o contexto do discurso:
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Atitude Social

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Organizei recentemente duas palestras, num painel chamado “Atitude Social”, promovido pelo movimento de juventude do PSC do qual faço parte. Os convidados foram Sandra Nóbrega, presidente da Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Teresa (CACCST) e Nícolas Cabral, co-fundador da ONG Amar e Servir.

Uma das principais motivações que me levaram a sugerir este painel foi massificar a idéia de que a sociedade civil, os cidadãos comuns, podem sozinhos, sem ajuda ou coordenação político-partidária e governamental – e mesmo sem seu financiamento -, realizar boas (e, por que não?, grandes) obras que consigam suprir demandas da população.

Sandra Nóbrega, presidente da CACCST

Sandra Nóbrega, presidente da CACCST

Duas abordagens ligeiramente diversas de gestão: uma com a prerrogativa de compromisso empregatício (todos os envolvidos têm a carteira assinada) e outra exclusivamente movida pelo voluntariado. Mas ambas com mais de 5 anos de histórias e realizações dignas de nota, aplauso e agradecimento. Aliás, gratidão é um dos pontos de semelhança perceptível no discurso dos envolvidos: você pode pedir a Deus que te dê forças ou pode pedir ao Estado que te ajude, mas no fim, o sentimento que mais ficará impregnado em si (e que exalará de si) é o de uma profunda gratidão, de ter sido chamado a servir, de ter saúde e facilidades para se doar e poder dedicar tempo e energia pelo bem do próximo, pela contribuição na reconquista da dignidade de alguém.

Outro aspecto importantíssimo, comungado por ambas iniciativas, Continuar lendo

Nem tão claro como o dia

Recebi pela manhã a reportagem que Leandro Resende fez a respeito do 1° Fórum Carioca de Debates Jovens, evento organizado pelas juventudes dos partidos PSC, PSDB, PSD e DEM, do qual fiz parte da execução.

Audiência do 1° Fórum Carioca de Debates Jovens, no salão nobre da Câmara Municipal do Rio.

Audiência do Fórum Carioca de Debates Jovens, no salão nobre da Câmara Municipal do Rio.

Pelo que se lê na matéria, o jornalista ocupou-se mais em confirmar para si os estereótipos pré-concebidos com os quais já chegou ao evento que cobrir o debate em si.

A estranheza começa na contradição de estampar “Nova direita jovem cresce” no título e “PSDB e PSD (n.d.e.: metade dos idealizadores do evento) rejeitam o rótulo” como um dos subtítulos.
Mas a superficialidade fica mesmo exacerbada no resumo da entrevista feita com o jovem Édipo Ázaro,
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(Auto) Boicote

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Boicotes às empresas que patrocinam atos de vilipêndio aos objetos de culto cristão, como o da mais recente parada gay de SP (de anteriores também…) funciona? Talvez não. Tampouco zombar publicamente da fé de milhões de brasileiros com a desculpa de estar pedindo respeito é uma atitude funcional.

Há quem sinta que o mais indicado é simplesmente deixar pra lá, não destacar para minorar a divulgação… o bom é que muitos desses escolhem o silêncio combinado com a oração, em desagravo e pelo perdão dos agressores, que é atitude importante.

Um argumento contra o boicote é ser um ato quase inócuo: dificilmente se conseguia mobilizar gente suficiente para deixar de pagar pelos serviços dessas empresas a ponto de causar-lhes um prejuízo significativo. Fora os casos em que abrir mão é simplesmente nada prático ou momentaneamente inviável. Eu, por exemplo, tenho um cartão de crédito da Caixa Econômica, um dos patrocinadores. Por muito menos, no passado, cancelei cartão de outra operadora, mas no momento não posso, eu dependo desse serviço. E aí chego a um ponto interessante: dependência.

Ora, assim como os gays não dependem da aprovação de suas práticas sexuais pela Igreja para realizá-las, nós cristãos também não estamos dependendo, em absoluto, de uma tal Continuar lendo

Mãos ao baixo!

faquinhasSerá votado na ALERJ nesta terça-feira (02/06), o PL 435/15, de autoria do deputado Geraldo Pudim (PR) – que eu estou chamando de “Lei do McGuyver” – que proíbe o porte de arma branca (facas, punhais, estiletes, etc), com previsão de cobrança de multa de até 200 UFERJ.

Esta é uma tentativa de resposta à onda de violência, de assaltos praticados com facas que continua assolando sobretudo a capital do estado. E uma bem ruim, digo eu.

Começando de baixo para cima, digamos: o mecanismo de coerção do projeto de lei – o seu fim, praticamente – é punir com a cobrança de multa quem for flagrado portando o instrumento perfurocortante. Ora, se nós cidadãos fluminenses estamos sofrendo ataques de facadas praticados por bandidos e obviamente o objetivo primário dos criminosos é conseguir dinheiro, resta evidente que eles não o possuem; esperar que tais marginais paguem multa é, no mínimo, ilusão.

Por outro lado, ainda que nós, cidadãos de bem, carregássemos facas ou armas de fogo para nossa própria proteção, isso não nos tornaria potenciais assaltantes – do contrário o número de ocorrências percebidas e noticiadas diariamente seria vertiginoso, uma verdadeira barbárie. Além disso, eu posso carregar um instrumento perfurocortante pra cima e pra baixo, de casa pro trabalho e de volta, e simplesmente não ser parado por um policial para ser revistado. Ora, é óbvio que quando chega no ponto de um indivíduo ser detido por ato ilícito, ele já está encrencado, portando uma “arma” ou de mãos nuas. Afinal, como diz o texto do PL, em seu artigo 2°, Continuar lendo