Segundo round de debates dos presidenciáveis das eleições 2014 para a grande mídia. A casa desta vez foi a do SBT em conjunto com o UOL.
(Fonte: Portal UOL)
Guardando muitas semelhanças com o embate anterior, tanto no formato como no comportamento dos candidatos, excetuando-se apenas, pelo que me pareceu, na duração um pouco menor.
Meus destaques (seguindo a ordem da foto acima):
Dilma Rouseff (PT) mostrou-se mais escorada por papéis, que não lhe conferiram mais tranquilidade para rebater os golpes desferidos pelos candidatos mais bem colocados. Continua rebolando para não admitir que fez o governo mais desastroso dos últimos 12 anos.
Eduardo Jorge (PV) aparentemente não incensou-se a si mesmo com a maconha que tanto defende. Para decepção do público que tanto o admirou, não estava tão inspirado quanto da última vez. Mas ainda assim teve uma ou outra boa tirada. E continua defendendo as mesmas bizarrices danosas.
Luciana Genro (PSOL), Miss Mimimi, apresentou comportamento nada diferente: mesmo discurso geração anti-Coca-Cola, sangrem os bancos e dando apelidos para os outros como se isso fosse lhe dar algum destaque. Terminou evocando, quase como uma necromante, o cadáver do Amarildo (quem lembra?), que lá do além-túmulo deve ter repetido a saída do Eduardo Jorge: “Não tenho nada a ver com isso.”
Aécio Neves (PSDB) cada vez melhor, na minha opinião. Começou dando trela pras provocações, mas se recuperou e cumpriu – antes tarde que mais tarde ainda… – o papel de oposição, dando trabalho para a Dilma e jogando um pouco de ultravioleta pra cima da Marina.
Marina Silva (PSB) se tem uma coisa que ela entende é de selva: arremessa bosta como os macacos, esganiça como as gralhas e serpenteia, não como uma cascavel, mas boquiaberta e ameaçadora como uma sucuri, pronta para deglutir num lance só bois lentos e antas perdidas. Cumprindo o papel que lhe cabia, seria desonestidade não reconhecer que obteve êxito.
Everaldo Pereira (PSC) está, contra a própria vontade, obviamente, disputando com Luciana Genro não só os “restos porcento” de intenções votos como de intenções de perguntas. Talvez seja até melhor assim. Tal como o nobre amigo Gabriel Amaral que dizia ser melhor não ler o programa do Aécio para não se arrepender de nele votar, assim se tem dado com Everaldo com relação ao desempenho no debate. Muita repetição e pouca intrepidez. E eu achando que o Bonner tinha sido demais…
Faz bem em defender os valores morais contra a patrulha do politicamente correto? Faz. Mas se não sair disso, vai sobrar só a pecha de “fundamentalista”, com programa econômico sem fundamentos.
Levy Fidelix (PRTB) o herói! Qualquer um que tenha os guts, o Márcio arrojo*, a coragem de chamar o jornalista mequetrefe de “língua de trapo” na sua presença, de pronto, contra a tentativa de rebaixamento do seu partido, merece loas. Sua conclusão, declarando saber que não pode ganhar, mas querendo ser a “consciência do povo” em meio ao debate, é digna de nota. Enquanto eleitores aos milhões, por todo o país, ligam o f*d@-se para as eleições, o bravo Levy não só atém-se a seus princípios sem esmolar a simpatia de uns poucos (conseguindo-a, ainda assim! 😉 Levy! Super Mário!… Levy!) como ainda avisa: “Que venham as próximas oportunidades!”. Só pelo seu exemplo, já vale assistir esses encontros.
E que venham os próximos debates! 16/09 organizado pela CNBB, 28/09 pela TV Record e 1º/10 pela Rede Globo.
E atenção para o resumão do debate:
Levy Fidélix é o presidente que o Brasil merece.
Everaldo Pereira seria o presidente, fosse o brasileiro bonzinho.
Marina Silva vai ser a presidente que o Brasil ganhará sem nem perceber.
Aécio Neves é o presidente que o Brasil desdenha, sem poder.
Eduardo Jorge é o presidente que o Brasil vai ter se continuar flertando com os entorpecentes.
Dilma é a presidente que o Brasil se envergonha de ainda ter.
Luciana Genro é o castigo em forma de presidente que o Brasil vai ganhar se não tratar de se emendar.
Fiquem agora com a retrospectiva dos comentários emitidos durante o debate de hoje:
Este slideshow necessita de JavaScript.
* Márcio arrojo: ousadia digna de Marte (deus romano da guerra)
—
Veja também:
A volta ao debate da Band em 143 comentários