(Auto) Boicote


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Boicotes às empresas que patrocinam atos de vilipêndio aos objetos de culto cristão, como o da mais recente parada gay de SP (de anteriores também…) funciona? Talvez não. Tampouco zombar publicamente da fé de milhões de brasileiros com a desculpa de estar pedindo respeito é uma atitude funcional.

Há quem sinta que o mais indicado é simplesmente deixar pra lá, não destacar para minorar a divulgação… o bom é que muitos desses escolhem o silêncio combinado com a oração, em desagravo e pelo perdão dos agressores, que é atitude importante.

Um argumento contra o boicote é ser um ato quase inócuo: dificilmente se conseguia mobilizar gente suficiente para deixar de pagar pelos serviços dessas empresas a ponto de causar-lhes um prejuízo significativo. Fora os casos em que abrir mão é simplesmente nada prático ou momentaneamente inviável. Eu, por exemplo, tenho um cartão de crédito da Caixa Econômica, um dos patrocinadores. Por muito menos, no passado, cancelei cartão de outra operadora, mas no momento não posso, eu dependo desse serviço. E aí chego a um ponto interessante: dependência.

Ora, assim como os gays não dependem da aprovação de suas práticas sexuais pela Igreja para realizá-las, nós cristãos também não estamos dependendo, em absoluto, de uma tal modificação na liturgia, na doutrina, no Código Canônico, no Catecismo (sim, apelei para o absurdo, eu sei), na vivência em nossas paróquias, em comunidade, para sermos cristãos melhores, mais evangélicos, mais legítimos nem mais humanos.

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Homossexuais que lá estiveram na parada, ao ver a performance de deformação do Cristo crucificado podem ter pensado: “Isso mesmo! Assim os cristãos verão se é bom não respeitar os outros…”. Eu, ao me deparar com a foto hoje pela manhã, o mais rápido que pude, cancelei minha assinatura do serviço Netflix.

Ora, o movimento gay não precisa do meu dinheiro, repassado indiretamente pela Netflix, para financiar suas passeatas. Além disso, honestamente eu assinei o serviço, mas posso contar em uma mão a quantidade de programas que assisti em quase um ano de contrato. Por outro lado, quantas vezes eu já deixei de fazer uma doação para alguma obra social por simplesmente não caber no orçamento mensal!

Este mês recebi uma cartinha do GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). Já sabia da sua existência faz tempo, mas jamais havia doado. Eles sugerem contribuição mensal, sem forçar a barra, claro. Se eu trocar esse gasto, de Netflix pra GRAACC, ainda sobrará troco!

E é só um pequeno exemplo. Obras sociais estão por aí aos montes! Estou muito certo de que temos mais carentes que gays para dar atenção. Aliás, estou ainda mais certo de que temos entidades e grupos religiosos atuando em locais de conflito, como na África e Oriente Médio, necessitando agora mesmo de ajuda financeira. E lá eles contribuem para a melhoria de condição de muitos perseguidos, inclusive homossexuais.

A suposta intenção dos organizadores da passeata gay é convidar a sociedade à  reflexão, para que sejamos todos melhores, não? Pois bem: Muitas vezes nós agimos como eles, atendendo apenas ao nosso imediatismo, aos nossos desejos carnais, nosso egoísmo…

O primeiro impulso é o de boicotar. Mas será que já não estamos nos auto boicotando? Gastando dinheiro e tempo consumindo material direta ou indiretamente produzido por esses que promovem maus valores, na tv, no cinema, na Internet, nos livros e discos? Quanto tempo gastamos nesse consumo particular tornando escassos tempo e energia para um comportamento mais social, mais caridoso ou humanitário?

A própria organização da passeata se boicota, de certa forma. Tenho certeza de que há muitos homossexuais que não aprovam o desrespeito com a fé cristã praticada nas passeatas e tantos atos públicos que ocorrem ao longos dos meses, todos os anos. Essas pessoas também deveriam se levantar contra tamanha usurpação de representatividade.

Por isso, digo: boicote? Não sei. Mas que tal trocar a assinatura mensal do NETFLIX por uma doação mensal pra caridade? Seria uma campanha mais frutífera.

OBS: este artigo não pretende esgotar as várias possibilidades de medidas cabíveis de serem tomadas com relação aos envolvidos na passeata.


Veja também:

Detenha-me ou eu te devoro

Contra a apologia homossexual pseudo católica

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Um pensamento sobre “(Auto) Boicote

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